domingo, 25 de abril de 2010

Poesias

Olavo Bilac



A Vida




Na água do rio que procura o mar;

No mar sem fim; na luz que nos encanta;

Na montanha que aos ares se levanta;

No céu sem raias que deslumbra o olhar;



No astro maior, na mais humilde planta;

Na voz do vento, no clarão solar;

No inseto vil, no tronco secular,

— A vida universal palpita e canta!



Vive até, no seu sono, a pedra bruta . . .

Tudo vive! E, alta noite, na mudez

De tudo, — essa harmonia que se escuta



Correndo os ares, na amplidão perdida,

Essa música doce, é a voz, talvez,

Da alma de tudo, celebrando a Vida!




* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Nenhum comentário:

Postar um comentário