segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O povo na proclamação da República

Objetivos - Compreender a proclamação da República como um golpe desencadeado por forças militares sem grande resistência monarquista graças à crise desse sistema de governo.
- Avaliar a pequena participação da população no evento.

Conteúdos - Proclamação da República.
- Participação política popular.

Anos 8º e 9º.

Tempo estimado Duas aulas.

Desenvolvimento 1ª etapa Comece a conversa perguntando aos alunos o que eles entendem por participação política, registrando no quadro as ideias principais. Com base nesse primeiro apanhado, direcione o olhar da classe ao período que deseja estudar, a proclamação da República. Lance a seguinte questão: em termos de participação popular, o novo regime acena com mais ou menos oportunidades em relação à Monarquia? Apresente a proposta de investigar se a promessa de maior participação popular, de fato, se concretizou. Informe que a pesquisa será realizada por meio da análise de documentos de época. Para que eles se situem no tema, solicite a leitura do capítulo 1 do livro O Despertar da República.

2ª etapa Distribua para cada aluno uma cópia do seguinte texto:

"Por ora a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava." (Carta de Aristides Lobo [1838-1896] sobre o episódio de 15 de novembro de 1889.)

Oriente os alunos a se reunir em duplas para discutir o excerto do jurista e jornalista republicano e abolicionista. Peça que abordem dois pontos principais: a composição do primeiro governo republicano e a participação das camadas populares no episódio. Em seguida, organize a socialização das opiniões com a classe inteira. Discuta com o uso do termo "bestializado", acentuando a associação ao animal besta, numa indicação de estupidez e ignorância sobre o processo.

3ª etapa Distribua para cada aluno uma cópia do seguinte texto:

"Desenganem-se os idealistas: o povo fluminense não existe (...) Dirão que o povo fluminense fez a agitação abolicionista e a agitação republicana (...) O povo não fez nada disso. Um grupo de homens denodados, bastante ativo é certo, para parecer a multidão, fez o movimento abolicionista e o movimento republicano do Rio de Janeiro. Em volta desses campeões devotados acercavam-se curiosos; e foi só." (Raul Pompéia, Obras.)

Estimule um debate com a classe sobre a argumentação exposta no texto, iniciando pela discussão da expressão "o povo fluminense não existe". Por que o autor tem essa opinião? De acordo com ele, quem são os responsáveis pelos acontecimentos históricos? Por fim, convide a turma a refletir sobre o significado dos dois textos do século 19 à luz dos dias de hoje. É possível dizer que os fatos e processos narrados são totalmente anacrônicos ou permanecem atuais? Por quê?

Avaliação
Peça que os estudantes escrevam uma dissertação sobre a participação popular na proclamação da República, tendo como base as leituras realizadas. Avalie se eles compreendem que, apesar dos acenos a certa democratização do poder, o episódio foi um processo de que o povo pouco participou, sendo na maior parte das vezes apenas citado nos discursos da nova oligarquia que chegava ao poder.

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