terça-feira, 17 de maio de 2011

Gargalheiras, o espetáculo está muito próximo

 
 
O majestoso açude Marechal Dutra, acabamos de receber a informação de que faltam apenas 48 centímetros para a 3° maravilha do RN atingir sua lâmina de sangria. O Gargalheiras vem recebendo um bom volume de água em suas cabeceiras na últimas horas com as sangrias do Toróró e do Dourado respectivamente situados em Currais novos. São as "Águas de Maio" que farão o nosso maior patrimônio o "GARGALHEIRA" transbordar, é um "mistério da natureza". Já são mais de meia hora de chuva. O cheiro da chuva, a terra molhada e as noites frias, aliás, são antídotos essenciais para poetas de primeira viagem.  
 
Em janeiro, choveu em Acari 204 mm, fevereiro 245 mm, março 155 mm e abril 244 mm. Até agora em maio, o pluviômetro do DNOCS já registrou 128 mm de chuvas, em um total de 966 mm.

Fossem outros os tempos, sem datas marcadas, poderia dizer poeticamente que com as "Águas de Maio" o nosso rio Acauã vai lavar a ponte. Certamente contaria vantagens de ter um rio ao alcance do olhar, caminharia por suas margens no fim das tardes e tudo seria mais bonito em nossas vidas.

Secular, o açude Gargalheira, milenar o rio Acauã. Vemos todos os dias. Aprendemos que nesse tempo de boas chuvas as belezas secretas de seu leito; emolduram novos caminhos com o passar dos anos. Reconheçamos em sua profundidade. Sabemos de suas águas barrentas e revoltas dos períodos difíceis, mas também entendemos a placidez das águas de um verde mais escuro que já conhecemos em épocas não tão distantes, de um céu refletido e da vida que em suas entranhas sempre se renova.

Ao cruzar a ponte com calma para o "Outro lado do rio", hoje bairro Petrópolis. Podemos contemplar seu percurso. O rio também nos saúda. Somos antigos e bons velhos amigos. Poucos lhe dão o devido valor. Fosse outro lugar, sem dúvidas suas margens seriam mais bem cuidadas. Mas, despretensiosamente a cidade – ou o tempo – levou tudo isso. E assim esse nosso rio idealizado hoje só vive na poesia, não pertence mais a esta realidade. De caminho, virou obstáculo. A cada temporada de inverno sua enchente se transforma num verdadeiro espetáculo da natureza. Não fosse o tamanho, com certeza já teria sido aterrado para a construção de uma imensa avenida. Enfim, o rio permanece vivo na memória viva de nossa gente, nas lembranças de um tempo que não se apaga e na saudade de muitos que um dia se surpreendeu, olhando a vida passar no espelho das "Águas de Maio". É o nosso Gargalheira, um encantamento mágico cheio de mistérios.
 

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