O Banco Central vai cortar hoje a taxa de juros (Selic) pela oitava
vez seguida, de 8,5% ao ano para 8% ao ano, acredita a grande maioria
dos economistas. Caso isso se confirme, a Selic atingirá novo recorde de
baixa.
Apesar de a inflação estar em queda e de a atividade econômica continuar
muito fraca, a maior parte dos analistas não espera um corte mais
ousado, para 7,75%.
Isso porque o BC vem sinalizando, por meio de seus relatórios econômicos
e nos discursos de seu presidente, Alexandre Tombini, que prefere
manter a parcimônia.
O economista do BES Investimento, Flavio Serrano, lembra que o ciclo de
redução de juros está sendo longo e intenso. Os cortes começaram em
agosto, quando a Selic estava em 12,5% ao ano.
Para Serrano, o BC quer ser parcimonioso para evitar que uma dose excessiva de estímulo pressione a inflação.
Além do corte de hoje, a expectativa predominante é que os juros sejam
reduzidos uma última vez, em agosto, para 7,5%. Aos poucos, porém,
aumentam as apostas de que o ciclo de cortes pode ser alongado, levando a
taxa até 7% em outubro, como aponta, por exemplo, o banco Itaú.
Historicamente, os cortes na Selic levam de seis a nove meses para
impactar a economia. Dessa vez, o ciclo de redução está prestes a
completar um ano, mas a atividade não dá sinais de reação.
Segundo analistas, a incerteza gerada pela crise externa e o aumento do
endividamento dos brasileiros estão retardando o impacto da redução da
Selic nos investimentos e no consumo.
A expectativa é que a atividade reaja neste semestre, o que deve ser
insuficiente, porém, para que o país cresça muito mais que 2% neste ano.
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