segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Educação de qualidade requer salário satisfatório para professor, dizem especialistas

Para que a educação pública tenha qualidade para todos os estudantes, o salário médio do professor tem de subir. Pelo menos é essa a opinião de especialistas do setor. Segundo José Marcelino de Resende Pinto, da USP (Universidade de São Paulo), o investimento nas escolas é insuficiente e a maior parte desta quantia deve ser empregada no pagamento dos docentes e funcionários.
“De tudo o que é gasto em uma escola, 85% deve ser para os salários. Se uma instituição quisesse montar uma piscina – um equipamento raro nas escolas –, por exemplo, ela teria impacto de mais ou menos 2% no orçamento, o que é pouco”, afirma.
Segundo ele, é correto utilizar a maior parte dos recursos no custeio de pessoal. Isso porque, diz Resende Pinto, o grande diferencial de uma escola está em seus recursos humanos.
O docente estuda e defende a implantação do CAQ (Custo Aluno-Qualidade), que estabelece a quantia mínima que cada nível de educação deve receber para oferecer um bom ensino. Os valores teriam de ser maiores do que os repassados hoje em dia, principalmente por conta dos salários do magistério.
Valorização do professor
“A meu ver, o grande foco da discussão sobre a qualidade da educação passa pela valorização do professor. Precisamos atrair os jovens mais talentosos para a carreira”, afirma Mozart Neves Ramos, presidente-executivo do movimento Todos Pela Educação.
“Para isso, o salário inicial do professor deve ser comparável ao das carreiras promissoras.” Depois, segundo ele, é preciso cuidar das condições de trabalho, como a infraestrutura das instituições de ensino.
Esse debate sobre uma educação de qualidade vem ocorrendo na Conae (Conferência Nacional de Educação), que ocorre em Brasília até esta quinta-feira (1º), e que pretende traçar diretrizes para as políticas públicas do setor no país.

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