sábado, 4 de junho de 2011

Vírus tipo 4 da dengue é confirmado no Estado .


O problema da dengue no Rio Grande do Norte ficou ainda maior ontem. O motivo foi a confirmação dos primeiros casos da dengue tipo 4 no Estado, o que pode colaborar para um surto ainda maior do tipo hemorrágico da doença. Há mais de 30 anos esse tipo de vírus não é confirmado no Rio Grande do Norte, por isso há poucas pessoas imunes a essa variação. A Secretaria Estadual de Saúde já está em campo para tentar evitar a proliferação do tipo de vírus que ainda não tinha casos confirmados em Natal.

Na tarde de ontem, o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, confirmou que os primeiros casos da dengue tipo 4 foram confirmados no município de Santa Cruz, a 119km de Natal. Duas mulheres, que moram na mesma casa, contraíram a doença. Elas foram medicadas e isoladas pela Sesap, que também determinou a aplicação de veneno nas residências próximas ao local onde moram as mulheres buscando evitar que os mosquitos contaminados infectem outras pessoas. O titular da Sesap, no entanto, levantou a possibilidade de que turistas de outros estados que participaram da romaria de Santa Rita de Cássia, em maio, tenham trazido o vírus ao Rio Grande do Norte. "A cidade teve uma particularidade, que foi a grande festa com milhares de pessoas nas ruas, e pode ter havido a contaminação", explicou Domício Arruda.

Os primeiros casos da dengue tipo 4 neste ano foram confirmados em Manaus. Segundo Domício Arruda, já havia confirmações de casos no Amazonas, Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco, e era uma questão de tempo que a doença chegasse ao Rio Grande do Norte.    Atualmente, os principais tipos de dengue que afligem a população potiguar são os 2 e 3, que têm os mesmos sintomas e o tratamento é feito da mesma forma para os pacientes que foram infectados pelo dengue tipo 4. Porém, a tendência é que vírus se espalhe mais rapidamente entre a população exatamente devido à ausência da doença no estado durante décadas. "A pessoa que tem o dengue 1, nunca mais terá desse tipo. A mesma coisa com quem tem o 2, 3 e 4. Mas quem teve o 2, por exemplo, pode pegar o 3 ou o 4. Isso é o que nos preocupa, porque aumentam as chances de casos do tipo hemorrágico e amplia a possibilidade de contaminação em toda a população", explicou Domício Arruda.

Assim como nos outros três tipos da doença, a transmissão da dengue tipo 4 ocorre pela picada da fêmea contaminada do Aedes aegypti. Quando o mosquito entra em contato com o sangue infectado, ele está está apto para transmitir o vírus. Apesar de não haver a possibilidade de transmissão por contato direto de um doente para outro, o ideal, de acordo com especialistas, seria que as pessoas portadoras do vírus, principalmente o tipo 4, tentem se proteger de mosquitos, o que pode contribuir para evitar que outras pessoas sejam contaminadas pelos mosquitos transmissores, que vivem, em média, 45 dias. "Vamos tomar todas as medidas necessárias para tentar minimizar a incidência do vírus no estado e tratar as pessoas contaminadas", confirmou o médico e titular da Sesap, Domício Arruda.

Município de Santa Cruz tem 535 casos registrados em 2011

O município de Santa Cruz, onde foram confirmados os primeiros casos de dengue tipo 4 aparece entre os cinco municípios do Rio Grande do Norte com maior incidência da doença. Dos 13.265 casos notificados no Estado, 535 são de Santa Cruz, que fica atrás apenas de Natal, Mossoró e Parnamirim na incidência da doença.

A divulgação do último boletim epidemiológico pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) com a quantidade de casos de dengue ocorreu em 27 de maio passado.

Pelos dados do Programa Estadual de Controle da Dengue desde o início do ano até o dia 14 de maio, foram notificados 13.265 casos da doença, dos quais 3.686 confirmados. Existem, até o momento, 4 óbitos confirmados.

Pelos dados do boletim, 77 municípios estão com incidência alta da doença. O município de Natal registrou o maior número de notificações (3.606), seguido de Mossoró (1.599), Parnamirim (1.028), Santa Cruz (535) e João Câmara (529).

Semana passada, os secretários Domício Arruda (da Sesap) e  Maria do Perpétuo Socorro Nogueira (SMS) estiveram reunidos com o coordenador nacional de Controle da Dengue, Giovani Coelho. Ele pediu aos secretários um relatório com um raio-x sobre a dengue na capital e interior do Estado, contendo inclusive as providências e necessidades, e encaminhá-lo ao Ministério da Saúde na tentativa de obter aporte financeiro para combate ao mosquito transmissor e tratamento dos doentes.

Giovani Coelho comparou a incidência da doença no Rio Grande do Norte com estados da região Norte, como Amazonas e Acre. Para ele, os números da dengue no RN são menores do que os tabulados nos estados do Norte. Mas ressaltou a incidência dos casos casos graves. "O que chama a atenção do Ministério é a ocorrência de casos graves no RN, a maior da região Nordeste. Estes casos são uma preocupação porque podem evoluir para óbitos".

Número de casos graves da dengue deve aumentar

O número de casos de dengue no Rio Grande do Norte vai crescer consideravelmente depois da confirmação da chegada do tipo 4 da doença. Isso é o que garante o infectologista Luiz Alberto Marinho. Segundo o médico, a falta de imunidade da população para o vírus, aliada ao período chuvoso, vai contribuir para que em 2012 ocorra um intenso surto da dengue tipo 4 no Estado. Em 2011 ele acredita que, por estar terminando o período de chuvas, não há a tendência de crescimento acentuado no número de casos, mas explica que os riscos de enfermidades mais graves cresce muito com o "novo" tipo do vírus.

Há atualmente quatro tipos de vírus: 1, 2, 3 e 4. No RN, os casos mais comuns são dos tipos 2 e 3. Por ser uma doença que traz a imunidade, quem teve um tipo de dengue não poderá contrair o mesmo tipo do vírus mais uma vez. Assim, as possibilidades de que novos casos de dengue sejam registrados cresce acentuadamente com um tipo do vírus que quase não tem pessoas imunes.

De acordo com Luiz Alberto Marinho, é muito raro que alguém infectado pelo vírus pela primeira vez tenha dengue hemorrágica. Contudo, quando a segunda infecção, aproximadamente 3% dos casos, são de dengue hemorrágica, que é a forma mais perigosa da doença. "É uma conta simples. Todas as pessoas que tiveram dengue no RN, sejam nos tipos 1, 2 ou 3, estão sujeitos a ser infectados pelo tipo 4 e, consequentemente, correm mais riscos da doença na forma hemorrágica", explicou.

Devido à necessidade de água parada para que os mosquitos transmissores se reproduzam, a tendência é que o número dos casos de dengue aumentem durante os períodos chuvosos. Como a proximidade do fim das chuvas, o médico acredita que não haverá tempo suficiente para que grande parte da população seja contaminada. Porém, no próximo ano, ou até em 2013, ele acredita que a propagação do tipo 4 da dengue deverá ocorrer e provocar um grande surto no RN e, para o médico, é necessário que a população também contribua para que o vírus não se propague. "O ideal é que a pessoa que está com a doença procure ficar protegida dos mosquitos, seja com repelentes ou até usando os lençóis e mosquiteiros, impedindo que o mosquito leve o vírus para outras pessoas", concluiu. O problema da dengue no Rio Grande do Norte ficou ainda maior ontem. O motivo foi a confirmação dos primeiros casos da dengue tipo 4 no Estado, o que pode colaborar para um surto ainda maior do tipo hemorrágico da doença. Há mais de 30 anos esse tipo de vírus não é confirmado no Rio Grande do Norte, por isso há poucas pessoas imunes a essa variação. A Secretaria Estadual de Saúde já está em campo para tentar evitar a proliferação do tipo de vírus que ainda não tinha casos confirmados em Natal.

Na tarde de ontem, o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, confirmou que os primeiros casos da dengue tipo 4 foram confirmados no município de Santa Cruz, a 119km de Natal. Duas mulheres, que moram na mesma casa, contraíram a doença. Elas foram medicadas e isoladas pela Sesap, que também determinou a aplicação de veneno nas residências próximas ao local onde moram as mulheres buscando evitar que os mosquitos contaminados infectem outras pessoas. O titular da Sesap, no entanto, levantou a possibilidade de que turistas de outros estados que participaram da romaria de Santa Rita de Cássia, em maio, tenham trazido o vírus ao Rio Grande do Norte. "A cidade teve uma particularidade, que foi a grande festa com milhares de pessoas nas ruas, e pode ter havido a contaminação", explicou Domício Arruda.

Os primeiros casos da dengue tipo 4 neste ano foram confirmados em Manaus. Segundo Domício Arruda, já havia confirmações de casos no Amazonas, Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco, e era uma questão de tempo que a doença chegasse ao Rio Grande do Norte.    Atualmente, os principais tipos de dengue que afligem a população potiguar são os 2 e 3, que têm os mesmos sintomas e o tratamento é feito da mesma forma para os pacientes que foram infectados pelo dengue tipo 4. Porém, a tendência é que vírus se espalhe mais rapidamente entre a população exatamente devido à ausência da doença no estado durante décadas. "A pessoa que tem o dengue 1, nunca mais terá desse tipo. A mesma coisa com quem tem o 2, 3 e 4. Mas quem teve o 2, por exemplo, pode pegar o 3 ou o 4. Isso é o que nos preocupa, porque aumentam as chances de casos do tipo hemorrágico e amplia a possibilidade de contaminação em toda a população", explicou Domício Arruda.

Assim como nos outros três tipos da doença, a transmissão da dengue tipo 4 ocorre pela picada da fêmea contaminada do Aedes aegypti. Quando o mosquito entra em contato com o sangue infectado, ele está está apto para transmitir o vírus. Apesar de não haver a possibilidade de transmissão por contato direto de um doente para outro, o ideal, de acordo com especialistas, seria que as pessoas portadoras do vírus, principalmente o tipo 4, tentem se proteger de mosquitos, o que pode contribuir para evitar que outras pessoas sejam contaminadas pelos mosquitos transmissores, que vivem, em média, 45 dias. "Vamos tomar todas as medidas necessárias para tentar minimizar a incidência do vírus no estado e tratar as pessoas contaminadas", confirmou o médico e titular da Sesap, Domício Arruda.

Município de Santa Cruz tem 535 casos registrados em 2011

O município de Santa Cruz, onde foram confirmados os primeiros casos de dengue tipo 4 aparece entre os cinco municípios do Rio Grande do Norte com maior incidência da doença. Dos 13.265 casos notificados no Estado, 535 são de Santa Cruz, que fica atrás apenas de Natal, Mossoró e Parnamirim na incidência da doença.

A divulgação do último boletim epidemiológico pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) com a quantidade de casos de dengue ocorreu em 27 de maio passado.

Pelos dados do Programa Estadual de Controle da Dengue desde o início do ano até o dia 14 de maio, foram notificados 13.265 casos da doença, dos quais 3.686 confirmados. Existem, até o momento, 4 óbitos confirmados.

Pelos dados do boletim, 77 municípios estão com incidência alta da doença. O município de Natal registrou o maior número de notificações (3.606), seguido de Mossoró (1.599), Parnamirim (1.028), Santa Cruz (535) e João Câmara (529).

Semana passada, os secretários Domício Arruda (da Sesap) e  Maria do Perpétuo Socorro Nogueira (SMS) estiveram reunidos com o coordenador nacional de Controle da Dengue, Giovani Coelho. Ele pediu aos secretários um relatório com um raio-x sobre a dengue na capital e interior do Estado, contendo inclusive as providências e necessidades, e encaminhá-lo ao Ministério da Saúde na tentativa de obter aporte financeiro para combate ao mosquito transmissor e tratamento dos doentes.

Giovani Coelho comparou a incidência da doença no Rio Grande do Norte com estados da região Norte, como Amazonas e Acre. Para ele, os números da dengue no RN são menores do que os tabulados nos estados do Norte. Mas ressaltou a incidência dos casos casos graves. "O que chama a atenção do Ministério é a ocorrência de casos graves no RN, a maior da região Nordeste. Estes casos são uma preocupação porque podem evoluir para óbitos".

Número de casos graves da dengue deve aumentar

O número de casos de dengue no Rio Grande do Norte vai crescer consideravelmente depois da confirmação da chegada do tipo 4 da doença. Isso é o que garante o infectologista Luiz Alberto Marinho. Segundo o médico, a falta de imunidade da população para o vírus, aliada ao período chuvoso, vai contribuir para que em 2012 ocorra um intenso surto da dengue tipo 4 no Estado. Em 2011 ele acredita que, por estar terminando o período de chuvas, não há a tendência de crescimento acentuado no número de casos, mas explica que os riscos de enfermidades mais graves cresce muito com o "novo" tipo do vírus.

Há atualmente quatro tipos de vírus: 1, 2, 3 e 4. No RN, os casos mais comuns são dos tipos 2 e 3. Por ser uma doença que traz a imunidade, quem teve um tipo de dengue não poderá contrair o mesmo tipo do vírus mais uma vez. Assim, as possibilidades de que novos casos de dengue sejam registrados cresce acentuadamente com um tipo do vírus que quase não tem pessoas imunes.

De acordo com Luiz Alberto Marinho, é muito raro que alguém infectado pelo vírus pela primeira vez tenha dengue hemorrágica. Contudo, quando a segunda infecção, aproximadamente 3% dos casos, são de dengue hemorrágica, que é a forma mais perigosa da doença. "É uma conta simples. Todas as pessoas que tiveram dengue no RN, sejam nos tipos 1, 2 ou 3, estão sujeitos a ser infectados pelo tipo 4 e, consequentemente, correm mais riscos da doença na forma hemorrágica", explicou.

Devido à necessidade de água parada para que os mosquitos transmissores se reproduzam, a tendência é que o número dos casos de dengue aumentem durante os períodos chuvosos. Como a proximidade do fim das chuvas, o médico acredita que não haverá tempo suficiente para que grande parte da população seja contaminada. Porém, no próximo ano, ou até em 2013, ele acredita que a propagação do tipo 4 da dengue deverá ocorrer e provocar um grande surto no RN e, para o médico, é necessário que a população também contribua para que o vírus não se propague. "O ideal é que a pessoa que está com a doença procure ficar protegida dos mosquitos, seja com repelentes ou até usando os lençóis e mosquiteiros, impedindo que o mosquito leve o vírus para outras pessoas", concluiu.

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