sexta-feira, 15 de julho de 2011

Obama diz que pacote amplo pode estabilizar economia por décadas



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a insistir nesta sexta-feira que um pacote amplo de medidas fiscais, que ajude a estabilizar as finanças e a dívida do país no longo prazo, seja aprovado.

A discussão de um pacote fiscal é feita paralelamente à discussão sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, que chegou ao limite em maio e precisa ser elevada até 2 de agosto, sob o risco de o país deixar de pagar parte da sua dívida ou outras contas públicas.

Obama deu um ultimato para que em 24 a 36 horas o Congresso apresente um plano sério para ser votado.

"Temos a chance de fazer algo grande, que vai estabilizar as finanças do país para a próxima década ou por 15, 20 anos", disse Obama em entrevista coletiva nesta sexta-feira, na Casa Branca.

"O povo americano espera mais que isso. Ele espera uma solução para o problema".

"Se seguirmos essa linha, vamos impressionar os mercados financeiros e também o povo americano", acrescentou.
Jason Reed /Reuters
O presidente Barack Obama concede entrevista na Casa Branca sobre o impasse na elevação do teto da dívida
O presidente Barack Obama concede entrevista na Casa Branca sobre o impasse na elevação do teto da dívida

Segundo Obama, o Partido Democrata aceita que sejam feitos cortes de gastos no Orçamento na discussão do aumento do teto da dívida e que a discussão principal neste momento é se impostos devem ser elevados ou não.

A elevação do teto da dívida americana está travada no Congresso porque os partidos não chegaram a um acordo sobre as mudanças fiscais que devem ser feitas paralelamente à mudança do limite de endividamento. Os Democratas defendem aumento de impostos para a população mais rica, enquanto os Republicanos defendem cortes de gastos.

"Milionários e bilionários podem fazer um pouco mais", disse Obama. Ele acrescentou que aceitaria uma redução de impostos para famílias de mais baixa renda, embora não seja para ele a melhor opção.

O governo pede ao Congresso americano que eleve o teto da dívida em US$ 2,4 trilhões. O limite de endividamento atualmente é de US$ 14,3 trilhões, que foi atingido em maio. Mas o aumento de arrecadação permite que o governo continue pagando as contas até o início de agosto.

SACRIFÍCIOS

Obama admitiu que será difícil fazer um grande pacote. Ele acrescentou que os dois partidos sabem que sacrifícios terão que ser feitos, mas até os "Republicanos acham que não devem pedir sacrifícios à classe média e aos menos favorecidos".

Obama citou que 80% do povo americano apoia um programa que envolve cortes de gastos e aumento de impostos.

CLIMA

Obama negou que tenha deixado abruptamente uma reunião na noite de quarta-feira, ou que o clima entre ele e Republicanos tenha esquentado.

"Não é verdade que as coisas ficaram feias. Nós estamos nos encontrando todos os dias."

A menos de três semanas para que os EUA cheguem a um limite de caixa para pagar a dívida e despesas, Republicanos relataram que Obama abandonou a reunião de líderes na noite de quarta-feira e teria dito que chegou ao limite das negociações.

"Isso pode derrubar meu governo, mas não vou ceder", disse Obama, na versão dos republicanos, antes de deixar a sala. O presidente teria ficado insatisfeito com a proposta de uma solução de curto prazo para o teto da dívida.

A Casa Branca afirmou que a saída de Obama ocorreu quando o encontro caminhava para o seu final e que é um "disparate" a afirmação de que ele deixou a reunião de supetão.

O encontro de lideranças ocorreu depois que a agência de classificação de risco Moody's ameaçou rebaixar a nota da dívida americana, o que pode ter graves repercussões não só na economia americana como na global.

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